EBD Revista Editora Betel | 4° Trimestre De 2024 | TEMA: OS DEZ MANDAMENTOS – Estabelecendo Princípios e Valores Morais, Sociais e Espirituais Imutáveis para uma Vida Abençoada | Escola Biblica Dominical | Lição 10: Não dirás Falso Testemunho contra o teu Próximo: Falar a verdade é fundamental para a confiança e integridade nas relações humanas
TEXTO ÁUREO
“Não admitirás falso rumor e não porás a tua mão com o ímpio, para seres testemunha falsa” Êxodo 23.1
VERDADE APLICADA
Por sermos discípulos de Cristo, somos chamados e capacitados para andar, amar, falar e viver na verdade .
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Citar o prejuízo de falar da vida das pessoas.Expor a verdade como maior requisito da vida cristã.Mostrar a relevância do nono mandamento.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
DEUTERONÔMIO 1916 Quando se levantar testemunha falsa contra alguém, para testificar contra ele acerca de transgressão,17 Então aqueles dois homens, que tiverem a demanda, se apresentarão perante o Senhor, diante dos sacerdotes e dos juízes que houver naqueles dias.18 E os juízes bem inquirirão; e eis que, sendo a testemunha falsa testemunha, que testificou falsidade contra seu irmão,19 Far-lhe-eis como cuidou fazer a seu irmão; e, assim, tirarás o mal do meio de ti20 Para que os que ficarem o ouçam, e temam, e nunca mais tornem a fazer tal mal no meio de ti.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Lv 19.16 Não espalhem calúnias entre o seu povo.TERÇA | Is 29.20-21 Os que prejudicam os outros desaparecerão.QUARTA | Jo 7 .24 Não julgueis segundo a aparência.QUINTA | CI 3.9 Não mintais uns aos outros.SEXTA | Tg 2.13 A misericórdia triunfa sobre o juízo.SÁBADO | Tg 4.11 Não faleis mal uns dos outros.HINOS SUGERIDOS: 231,247, 258
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore por mais cuidado com o que falar e ouvir.
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução1- A proteção da honra2- Amando a verdade3- Conselhos práticosConclusão
INTRODUÇÃO
O nono mandamento se estende além de falsos testemunhos acerca de alguém. Ele ressalta o cuidado que devemos ter com o que ouvimos e, também, com o que iremos dizer.
PONTO DE PARTIDA – Devemos ter cuidado com o que falamos e ouvimos.
1- A proteção da honra
Assim como Deus é a verdade, Ele também deseja que sejamos verdadeiros. Precisamos ter cuidado com tudo aquilo que a nossa boca profere, porque Deus está atento, também, com aquilo que sai de nossa boca.
1.1. O sistema de justiça do mundo antigo. Na Antiguidade, havia pouca proteção às pessoas acusadas de um crime. Até que se provasse o contrário, elas eram consideradas culpadas. Como havia poucas normas para a apresentação de provas, os acusados não tinham sequer chance de montar uma defesa. Geralmente, os tribunais antigos condenavam pela força de uma única testemunha. Nesse caso, a vida de um réu sempre corria risco, visto que as palavras de um falso testemunho poderiam ser fatais. Como esse sistema legal era sujeito a abusos, Deus estabeleceu o nono mandamento para proteger a vida humana [Nm 35.30; Dt 19.15-20}. Ficou estabelecido também que o acusador deveria atirar a primeira pedra [Dt 17.7] e caso fosse comprovado que a alegação fosse falsa, o acusador deveria ser punido [Dt 19.18-I9].
Jochem Douma (Os Dez Mandamentos Manual para a Vida Cristã, Editora CLIRE, 2019): “Alguém observou, adequadamente, que dois princípios emergem desses regulamentos: na administração da justiça, o próximo deve ser protegido da testemunha falsa, e a própria administração da justiça tem de ser salvaguardada. O que está em questão é a proteção tanto do próximo quanto do próprio sistema de justiça. O sistema de justiça existe para assegurar o bem-estar do homem. Yahweh proibiu o homicídio, o adultério e o roubo nos respectivos mandamentos precedentes; mas, para alcançar esse objetivo, de modo que a vida, o casamento e a propriedade sejam, realmente, salvaguardados, é necessário que haja uma boa instituição legal. A testemunha falsa é um grande mal, mas se todo o sistema de justiça não funcionar mais, e se os juízes forem corruptos, a situação é ainda pior. Nesse caso, a própria sociedade estará à beira do colapso [Is 1.17, 23, 26; Jr 7.5-6; Am 5.7; Ec 3.16]. “Ora, destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo?” [Sl 11.3].”
1.2. O cuidado com as palavras. O princípio subjacente desse mandamento é a proibição de todas as formas de falsidade [Os 4.1-2]. O nono mandamento diz respeito não somente ao falso testemunho, mas também às mentiras e fofocas que vivemos no dia a dia. Sendo a mais flagrante, aquela que prejudica diretamente outra pessoa. Quando a Bíblia condena a fofoca, ela está falando muito mais do que falar casualmente da vida de alguém. Está falando de prejudicar a reputação de algumas pessoas através de comentários que não nos dizem respeito. Para Deus, a boa reputação tem um valor incalculável [Pv 22.1]. Dizem que a mentira é como um balde de penas atiradas de uma montanha. Ela fica pairando no ar e jamais se recolhe o que se espalhou.
Pessoas que são caluniadas e difamadas, mesmo quando tentam se defender, sempre são vistas com desconfiança pelos outros. Devemos ter muito cuidado com o que ouvimos e o que falamos com as pessoas. Devemos considerar como as palavras podem ser perigosas. A Bíblia está repleta de advertências quanto ao cuidado no que vamos dizer [2Co 12.20; Gl 5.19-20; Ef 4.31]. Como um incêndio, a língua de uma pessoa descuidada pode consumir tudo o que encontra pelo caminho.
1.3. O cuidado com o que se ouve. Um sábio escreveu certa vez: “Eu nunca ouvi o testemunho de um ex-fofoqueiro”. Às vezes não temos a dimensão de como o pecado da fofoca é algo tão comum entre as pessoas. O outro lado da questão é que tão errado quanto dizer algo acerca de alguém é prestar- -se ao serviço de ouvir. Um antigo ditado rabínico diz que a calúnia mata três: aquele que fala; aquele que ouve e aquele sobre quem está se falando. O puritano Thomas Watson disse certa vez: “Aquele que gera uma calúnia carrega o diabo na língua, e aquele que a recebe carrega o diabo no ouvido” (Pv 11.13; 13.3). É muito comum ouvirmos algo acerca de alguém fazermos determinados julgamentos porque ficamos envolvidos nesse pecado. A fofoca atrai, ela é doce para muitas pessoas [Pv 18.8]. Cuidemos de nossos ouvidos!
A preferência em ouvir algo ruim do que algo bom acerca de nosso próximo é um fenômeno universal. A reputação pode ser roubada rapidamente, mas jamais será devolvida na mesma velocidade. O que devemos fazer quando alguém desejar nos dizer algo que sabemos que fere o caráter de Deus? Simplesmente interromper e mudar de assunto porque esse tipo de conversa não edifica a vida de ninguém [Pv 13.3].
EU ENSINEI QUE:
Precisamos ter cuidado com tudo aquilo que a nossa boca profere.
2- Amando a verdade
Vivemos um tempo em que o certo está errado e o errado para muitas pessoas é realmente o que é certo. Para nós, cristãos, a verdade é uma questão de caráter e deve sempre fazer parte de nosso agir e falar.
2.1. O diabo é mentiroso e pai da mentira. Assim como a verdade vem de Deus, a mentira vem do diabo. Jesus aponta o diabo como o pai da mentira, diz que ele nunca se firmou na verdade é que, quando profere mentira, ele fala daquilo que lhe é próprio, ou seja, essa é sua essência [Jo 8.44]. Por trás de toda mentira está o diabo orquestrando a vida daqueles a quem de alguma maneira se sujeitaram ao seu habilidoso engano. João nos diz que ele é a fonte de todo engano e pecado, e todo aquele que peca pertence a ele [1Jo 3.8]. Paulo afirma que a mentira é um traço autêntico do velho homem e que esse novo homem que está em Cristo não deve mentir, pois já se despiu dessa velha natureza [Cl 3.9].
Jochem Douma (Os Dez Mandamentos Manual para a Vida Cristä, Editora CLIRE, 2019): “Em nossa conversão, devemos nos despojar da velha natureza; no mesmo contexto, Paulo diz que devemos deixar a mentira e falar a verdade [Ef 4.22-25]. Somente poderemos fazer isso pela graça da libertação de Deus. Ao nono mandamento também se aplica o que diz o Prólogo dos Dez Mandamentos: “Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão”. Isso não é autorredenção, a qual nos escraviza à mentira; antes, é a libertação feita por Yahweh, o nos salva da escravidão da mentira. Jesus Cristo disse: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida” [Jo 14.6]. Agora começamos a andar em um novo caminho. Por meio da redenção em Cristo, conhecemos a Deus como Pai e a nosso próximo na Igreja de Cristo como irmãos. Não podemos mais mentir; não precisamos mais mentir.”
2.2. A verdade vem de Deus. A Bíblia coloca a verdade entre os valores humanos mais elevados. A verdade é parte integrante do caráter de Deus e de Sua Palavra [S] 146.6; Is 65.16; Jr 10.10]. Se estamos em Deus, a verdade também será parte integrante de nossas vidas. Não podemos estar em Deus e viver associados com a mentira e o engano. A razão pela qual somos chamados a viver em verdade é porque servimos ao Deus da verdade. Se Deus é verdadeiro conosco, temos que viver em verdade diante dEle e, também, com o nosso próximo [Lv 19.11-12]. Quando a nossa vida está intrinsecamente ligada ao caráter de Deus, a honestidade, o amor e tudo o que é correto flui naturalmente em nossos relacionamentos com as pessoas.
Em um mundo onde a verdade é relativa devemos estar conscientes de que não estamos aqui apenas para fugir do inferno. Temos que ser luz onde existem trevas e brilhar em meio a corrupção que a cada dia torna o mundo mais perdido (Fp 2.15]. Devemos fugir da aparência do mal e uma das maneiras mais práticas de se fazer isso é não se misturar com aquilo que é errado, não dando ouvidos ao que não edifica e vivendo a verdade [Cl 3.1-10].
2.3. Cristo, a verdade que liberta. Jesus Cristo é a verdade no sentido mais absoluto. Tudo o que o entendimento humano anseia por saber, encontra nele a sua resposta. Ele é o Criador de tudo que existe, portanto, conhece tudo perfeitamente e entende seu propósito e funcionamento. Mas não apenas isso, Ele mesmo é Deus e pode nos revelar plenamente tudo o que precisamos saber sobre sua própria natureza e planos. Cristo é a verdade absoluta que atende a todas as necessidades da mente humana [Cl 2.3]. É o caminho completo e suficiente para o Pai porque Ele é Sua plena revelação [Jo 14.7] Jesus Cristo é a verdade. Verdade que liberta e santifica [Jo 8.32; 17.17]. Busquemos a cada dia crescer no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo [2Pe 3.18].
Uma palavra recheada de mentiras pode destruir toda uma vida. É nosso dever como cristãos proteger nossos semelhantes. Por isso precisamos não somente pregar a verdade, mas vivê-la. Muitas pessoas hoje agem como verdadeiros fariseus, ensinando tudo o que as pessoas devem fazer, mas vivendo por trás de um disfarce que mais tarde só lhes trará malefícios. Devemos ter o cuidado de não nos tornarmos insípidos nessa reta final [Mc 9.50].
EU ENSINEI QUE:
A verdade é uma questão de caráter e deve sempre fazer parte de nosso agir e falar.
3- Conselhos práticos
O nono mandamento tem como objetivo principal defender a honra humana. A mentira e a falsidade aborrecem a Deus e prejudicam o próximo.
3.1. Preservando a boa reputação. A proteção da honra é fundamental para a convivência social de qualquer comunidade ou nação. Nenhum homem deseja que sua reputação ou o bom nome de sua família sejam atingidos. O bom nome e a boa reputação que uma pessoa constrói com tanto sacrifício e tempo podem ser destruídos em segundos quando o mandamento é violado. De acordo com a resposta 77 e 78 do Catecismo de Westminster, o nono mandamento exige a conservação e promoção da verdade entre os homens, e a manutenção da nossa boa reputação, e a do nosso próximo, especialmente quando somos chamados a dar testemunho [Ef 4.25; 1Pe 3.16; At 25.10; 3Jo 12; Pv 14.5, 25; Mt 5.37]. Ele proíbe tudo o que é prejudicial à verdade, ou injurioso, tanto à nossa reputação quanto à do nosso próximo [Cl 3.9; 8.20-21; Sl 15.3; 12.3].
A mentira é vista na Bíblia como um pecado mortal [Sl 5.6a). O lugar de destino dos mentirosos é o lago de fogo e enxofre [Ap 21.8]. Aqueles que mentem e prejudicam a vida de outras pessoas não ficarão impunes, eles sentirão na pele o que armaram contra seu próximo, isso está muito claro em toda a Escritura [Dt 19.18-20; Pv 26.27].
3.2. O perigo da violação do mandamento. É muito comum as pessoas mentirem, principalmente quando buscam o próprio benefício. O problema é que, quando esse limite é ultrapassado, o perigo é iminente. Já no Novo Testa- mento e no tempo da graça, que muitos pregam que Deus sempre usará de bondade, aconteceu algo com um casal que combinou entre si uma doação para a igreja e, querendo obter prestígio entre os apóstolos, usou de mentira, omitindo parte do valor [At 5.1-2]. Esse não era um pecado de roubo ou cobiça, mas de engano. O problema não estava no que fizeram, mas no que disseram. Pedro aponta a presença de Satanás em suas ações e diz que mentiram ao Espírito Santo [At 5.3]. O pecado aqui foi diretamente contra Deus [At 5.4]. Ananias e Safira perderam a vida porque mentiram contra Deus.
O que vemos aqui é um caso aparentemente simples, mas com um fundo revelador muito poderoso. “Mentir é um pecado contra Deus. Essa é a loucura do pecado, as pessoas acreditam que mentindo contra Deus sairão ilesas e isso não é verdade. Toda mentira, seja ela pequena ou grande, vem de Satanás. É por esse motivo que Deus a odeia tanto [Pv 6.16-19].
3.3. A ocupação cristã. Estamos vivendo um tempo em que as informações chegam numa velocidade gigantesca. Redes como Facebook, Instagram, Twitter, e até mesmo o jornalismo de TV, estão recheadas de falsas informações. É nesse tempo que nós, cristãos, somos chamados a ser revolucionários nessa sociedade pós-verdade. Os efeitos da falsa informação trazem muitos malefícios para a sociedade, destroem famílias, arruínam casamentos, implementam falsas teorias. Nossa ocupação deve ser a Palavra de Deus. Somente ela pode curar nossa alma pecaminosa, nos capacitar a viver em amor com nossos semelhantes e impactá-los com nosso testemunho de salvação [Cl 3.2; Fp 4.8].
I. Howard Marshall (I e II Tessalonicenses Introdução e comentário, Vida Nova, 1984, p. 237-238) comenta sobre 2 Tessalonicenses 2.10-12: “A atividade do homem da iniquidade ocorre com todo engano de injustiça. Há duas consequências tiradas da descrição de Paulo. A primeira é que o poder enganoso do rebelde é para os que estão no caminho da destruição (…) A segunda consequência é que os que perecem são enganados e, portanto, levados à destruição porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos.”
EU ENSINEI QUE:
A mentira e a falsidade aborrecem a Deus e prejudicam o próximo.
CONCLUSÃO
Considerando que o mundo jaz no maligno e, consequentemente, a forte campanha de desconstrução de tantos valores bíblicos cristãos, é crucial que o discípulo de Cristo busque e mantenha a mente e o coração cheios da Palavra de Deus e procure andar em Espírito em todo o tempo, para não ser envolvido e influenciado pela cultura da mentira, do engano e do esfriamento do amor.
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